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Foucault, biopolítica, medicina social e economia: a lepra, a peste, a varíola e o coronavírus

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Em tempos de coronavírus, vêm novamente à tona as relações entre medicina social e economia política. Desde que Michel Foucault proferiu os cursos no Collège de France da segunda metade da década de 1970, um campo de estudos interdisciplinares se formou em relação aos conceitos de biopoder e de biopolítica. No início do curso “Segurança, território, população” (1977-1978), Foucault analisa o caso de três doenças epidêmicas ocorridas na Europa, a lepra, a peste e a varíola. A cada uma dessas doenças, sucedeu-se uma forma política. O poder soberano para a lepra; o poder disciplinar para a peste; e com relação à varíola uma forma nova veio surgir, o chamado “biopoder”. Do mesmo modo, cada uma dessas formas políticas teve um correlato econômico, sendo que a passagem do poder disciplinar para o biopoder correspondeu à passagem do modelo econômico do mercantilismo para o liberalismo, passando pela fisiocracia francesa que tem como principal representante o médico e economista François Quesnay. No curso subsequente, “O nascimento da biopolítica”, Foucault analisa o passo seguinte assumido pela civilização ocidental, com o surgimento do neoliberalismo, já em meados do século XX. Talvez não haja nada mais atual para se pensar do que essas relações entre política, economia e medicina social, e o conceito de biopolítica nos convoca a pensar sobre isso.

Cursos de Michel Foucault: Em defesa da sociedade (1975-1976), Segurança, território, população (1977-1978) e O nascimento da biopolítica (1978-1979).


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